Improvável é algo que ninguém acredita que possa acontecer. Algo que não botamos fé, nem levamos em consideração a sua existência. Eu sempre gostei do improvável, pois sempre me reservava uma surpresa boa, até aquele dia. Eu como uma torcedora do Internacional, já tinha recebido um grande presente com a conquista da libertadores, eu vi meu time do coração ser bicampeão, eu já tinha o bolo, mas queria a cereja. E o Inter ia ter a oportunidade de novamente gritar bicampeão, se em dois jogos ganhasse o mundial de clubes. A cereja do meu bolo seria uma vitória em cima de um dos melhores times da Europa, a Inter de Milão. Seria uma grande forma de encerrar o ano. Já tínhamos pintado a América de vermelho e branco, agora iríamos pintar o mundo.
O dia começara e já sentia que de dois passos que precisávamos, o primeiro seria dado com louvor, o time era africano, e pouco técnico, bem inferior ao Inter. Seria fácil, e por saber disso levamos um número considerável de torcedores à um estádio bem longe do Brasil. Mas iríamos com o Inter onde ele estivesse. E fomos para Abu Dabhi, aos poucos tudo foi ficando vermelho, porém tinha também alguns africanos que lembrava muito da ultima copa, só faltou a vuvuzela. Mas a dançinha era tradicional, isso me incomodava, pois as lembranças da copa não eram muito boas para os brasileiros.
Esquecendo um pouco dos contras, ao começar o jogo me concentro totalmente nele. Estava despreocupada, pois sabia da força do Inter, e sabia que a vitória já estava certa. Depois de algumas chances de gols desperdiçadas, fui ficando aflita. O primeiro tempo acabou, mas eu ainda acreditava na vitória, meu coração era Inter e tudo ia dar certo. Começou o segundo tempo, sentia que aquela era a hora do gol, porém realmente saiu o gol, mas não foi do Internacional, tínhamos quase trinta minutos para reverter o placar, e o que vi foi um time nervoso que tropeçava nas próprias pernas, mas eu acreditava. O técnico fez algumas mudanças que eu não concordava, mas eu acreditava. Não dava para o Intenacional, o campeão da América, perder para um time tão fraco. Voltar para o Brasil, com aquela derrota seria vergonhoso. Quando minhas esperanças já estavam acabando, o tempo ia passando e as jogadas ficavam no quase. Veio um outro gol, que liquidou com todas as minhas expectativas. Era o segundo do Manzebe, e a festa foi Africana.
Acabou o jogo e acabou o sonho do bi. Ficamos sem a cereja do bolo, e com o choro contido reconheci que o time que estava em campo, não era o Internacional que eu conhecia, nunca tinha visto tantos erros em um único time. E com um nó na garganta, sai derrotada por um time tão inferior, mas que tinha ganho com méritos aquela partida. E assim, provei da parte ruim do improvável. Naquele dia tudo o que eu queria, era que o provável, o que todos acreditavam, acontecesse. Entretanto, de tudo tiramos uma lição, e dessa vez não foi diferente. Com aquele jogo, com aquela derrota, percebi que nada pode ser do jeito que esperamos. E que não devemos fazer previsões óbvias, pois a vida não é tão previsível assim. E que nunca, mas nunca mesmo, comemore antes do apito final.


Antes de mais nada não torço para o Internacional, só gosto muito de futebol e queria tranformar em palavras, todo o sentimento que eu vi hoje. Beijos.

5 Comentários

Tay disse...

Realmente um belo texto, também não torço para o Inter, na verdade não sou muito chegada a futebol, mas muitas pessoas acharam ruim o fato deles terem perdido.

bjus =*

deh. disse...

Que legal!! Gostei demais das emoções descritas de cada linha. Essa mistura de vibração e expectativas sempre me encantaram, como a todo torcedor que se preze.. E o improvavel? Ah, fazem dessa vida uma coisa menos monotona, menos morna! Beijo enorme!!

Larissa disse...

Pela tua escrita, até acreditei que você torcesse para o Inter. Pareceu bem real. A gente também sofre, mesmo que não seja nosso time de coração. São brasileiros que estão lá e torcemos da mesma forma. Sempre espero demais desse futebol imprevisível. Já fiquei fula com muita coisa, já sofri antecipado, mas tive muitas alegrias quando os jogos acabaram. Vale a pena esperar o apito final :)

Luiza Fritzen disse...

olá, que bonito seu blog. estou te seguindo também. realmente, eu como gremista, compreendo a situação dos meus rivais, e é muito triste mesmo. beijos

Mirian Brandão disse...

Foi inesperado mesmo isso Thaíse eu fiquei muito chateada ;/
beijo ;*