Ela não era como as meninas que ele costumava lidar. Ela era estranha, ele nunca iria conseguir decifrar seus enigmas. Eles eram muito diferentes. Mas tinha algo nela que ele amava, e tinha algo nele, que por mais que ela não quisesse admitir, era algo que ela sonhava todas as noites. Ela gostava de jogar bola e o violão era o melhor amigo dele. No fundo eles se odiavam pelo simples fato de não terem nada em comum, mas ter tanta coisa para dividir um com o outro.
Até que um dia, não aguentando mais o clima que tinha entre eles, ele resolveu dar a ela um sorriso, ela fingiu que não viu. Cansado, ele jurou que nunca mais ia pensar nela, e a partir daquele dia ela não iria mais existir para ele. Arrependida do que fez, ela estava decidida que ia falar com ele na primeira oportunidade. E quando essa oportunidade surgiu, ele a ignorou. Eles tinham tanto a dizer um pro outro, mais com um olhar se (des)entendiam.
Ele continuava a odiar ela, e dizia que tinha motivos, e ela continuava com o nariz empinado, jurando para todo mundo que nada sentia por ele. Ela sempre trazia pedras, quando na verdade queria trazer flores.
Você diz que eu te assusto
Você diz que eu te desvio
Também diz que eu sou um bruto
E me chama de vadio
Você diz que eu te desprezo
Que eu me comporto muito mal
Também diz que eu nunca rezo
Ainda me chama de animal
Que eu me comporto muito mal
Também diz que eu nunca rezo
Ainda me chama de animal
Você não tem medo de mim
Você não tem medo de mim
Você tem medo é do amor
Que você guarda para mim
Você não tem medo de mim
Você tem medo é do amor
Que você guarda para mim
Medo de amar - Adriana Calcanhoto